quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Como candidatos tentarão enganar você em 2016

Não se iluda: na disputa eleitoral, o que menos importa para os candidatos é o debate político. Eles não estão preocupados em ter uma proposta. Eles podem prometer qualquer coisa. Eles vão dizer o que o povo quer ouvir. Infelizmente, na maioria das vezes, quem vence as eleições não é o candidato mais preparado ou o que tem as melhores propostas.

A primeira coisa com que os candidatos se preocupam é com a publicidade. Eles querem se tornar conhecidos. E vão investir pesado nisso. (Esta é a razão pela qual partidos políticos se esforçam para ter como candidatos os cantores, atores, jogadores de futebol, apresentadores de TV...) As eleições de 2016 começaram já em 2014, quando muitos lançaram candidatura para os cargos de deputado estadual e federal mesmo sabendo que não tinham a menor chance de vencer, apenas com o objetivo de se tornarem conhecidos. Em 2015, vimos muitos outdoors sem sentido, desejando feliz dia das mães e coisas do tipo, apenas para fixar na mente do eleitorado os rostos que virão para a disputa no próximo ano...

A busca por visibilidade não é totalmente condenável, já que é inevitavelmente necessário que o candidato se torne conhecido pelo eleitorado. Existe uma outra estratégia, no entanto, que é mais vergonhosa, mais covarde, e que será amplamente utilizada nessas próximas eleições. É a estratégia da comoção popular, do apelo emocional. É uma estratégia amplamente utilizada no Brasil. Por que você acha que a presidenta Dilma Rousseff, quando candidata à reeleição em 2014, mostrou em sua propaganda eleitoral na TV imagens de uma visita de seus netos ao seu gabinete e falou de sua relação com os familiares? O que isso tem a ver com política? Coisa nenhuma, mas quem liga? E é muito provável que o PT tenha escolhido Dilma para ser a candidata à presidência em 2010 acreditando que o povo estivesse comovido com sua então recente luta contra o câncer... Raul Henry, quando candidato à prefeitura do Recife, tentou comover os eleitores com o acidente que sofrera, no qual perdeu uma das vistas. Mas nenhum desses casos se compara à exploração eleitoreira da comoção pela morte do ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à presidência Eduardo Campos. Sua morte rendeu votos a muita gente. Elegeu o governador do estado, um senador, deputados e ainda pode eleger vários prefeitos em diversos municípios do estado.

Em Olinda, o irmão do ex-governador, Antônio Campos, será candidato à prefeitura. E ele começou cedo sua campanha. Foi multado, inclusive, por isso... Antônio Campos, o "Tonca", não é de Olinda, não conhece a cidade e não tem nenhuma experiência política. Não tem qualquer identificação com a cidade. Pretende vencer as eleições confiando apenas no irmão e no avô Miguel Arraes, ambos falecidos. É muito provável que outros também usem a imagem dos falecidos para tentar abocanhar uma vaga na câmara municipal.

Eu quero acreditar que a internet será responsável por uma conscientização do eleitorado nesse próximo ano. Que o eleitor estará atento a esses truques e não será tão facilmente enganado. Eleitor, questione, cobre, não aceite ser enganado! O que está em jogo é a nossa cidade, pelos próximos 4 anos ou mais.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O assustador avanço do ultraconservadorismo e como contê-lo

No século XX, a humanidade fez avanços muito importantes. Tivemos grandes conquistas. Os povos começaram a se conscientizar da necessidade de igualdade racial, igualdade de gênero, respeito à diversidade sexual, preservação do meio ambiente e muitos outros temas importantes. A humanidade certamente evoluiu.

Menos de dois anos atrás eu dizia que a humanidade havia dado passos à frente que não poderiam mais voltar atrás. Quando eu ainda militava na universidade contra o preconceito linguístico, eu dizia que esse era um tema que um dia se tornaria indiscutível, assim como a questão da igualdade racial. Eu disse então que hoje é consenso que os negros não são uma raça inferior, e isso é óbvio, está fora de discussão, ninguém jamais vai poder contestar essa verdade. Hoje eu constato com muita tristeza que esse consenso parece não existir...

Em pleno século XXI, a humanidade parece ter dado um passo para trás. Uma onda assustadora de conservadorismo está tomando conta do nosso país e de outras partes do mundo. Aqui no Brasil eu percebo que esse fenômeno começou depois das eleições de 2014 (e eu não sei dizer exatamente o que causou isso). Eu jamais imaginei que em 2015 eu veria grupos neonazistas ganhando força no meio do povo e sendo tratados com naturalidade, como esses que são conhecidos como "Carecas do Brasil". Jamais imaginei que eu veria pessoas nas ruas pedindo intervenção militar, intervenção americana... Jamais maginei que em 2015 o racismo, a misoginia, a homofobia, o elitismo e a intolerância religiosa ganhariam tanta força e seriam defendidos abertamente. Jamais imaginei que falar em direitos humanos causaria constrangimento. Em 2015!

O combate ao racismo, ao machismo, à homofobia, a busca por igualdade social, a liberdade de crença e de pensamento, a democracia, a preservação do meio ambiente, tudo isso faz parte da evolução natural da sociedade, de um amadurecimento de nossa cultura. São temas que não precisariam mais ser discutidos, talvez apenas qual seria o melhor caminho para se chegar a esses objetivos. Mas grupos políticos oportunistas raivosos transformaram essas coisas em "programa da esquerda" e causaram essa grande confusão, com o único objetivo de tomar o poder e restabelecer a antiga ordem das coisas, manter a opressão e o domínio injusto. Mas cabe a nós, o povo, unir nossas forças e lutar contra isso.

O conhecimento é a melhor arma contra o ultraconservadorismo. Os conservadores odeiam a educação, odeiam o livre pensamento, porque basta qualquer um refletir um pouco para perceber o erro do pensamento conservador. Assim, com conhecimento podemos vencer o atraso. Leia, pesquise, estude. Busque diversas fontes. Os meios de comunicação de massa são os principais instrumentos de alienação, sendo assim, fuja deles!

Eu acredito que o mundo voltará ao normal. O conhecimento vai vencer a ignorância. Mas para que isso aconteça, é preciso um esforço conjunto. Estamos em uma verdadeira guerra ideológica, e uma guerra não é vencida com passividade. É preciso luta, é preciso engajamento. Vamos nos unir para vencer essa guerra!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O despertar da consciência do poder popular

Costuma-se amarrar a pata de um elefante ainda filhote a uma estaca fincada no chão e, mesmo depois que ele cresce e tem força para arrancar estaca com um mínimo esforço, ele continua acreditando que não pode se libertar e permanece preso.

O povo muitas vezes age da mesma maneira. No decorrer da História, líderes e pequenos grupos impuseram sua vontade às massas simplesmente fazendo-os acreditar que não podiam se insurgir. Desde a Antiguidade, reis fizeram os povos crerem que eram autorizados pelos deuses para governar, sendo seus representantes legítimos. Ao longo da Idade Média, um punhado de nobres eram sustentados pelo povo e viviam no luxo e na indolência. E o povo aceitava essa ordem de coisas, acreditando não ter poder para mudar algo que eles acreditavam ser a vontade de Deus.

A Revolução Francesa só se tornou possível quando a burguesia esclarecida mostrou à massa oprimida do Terceiro Estado que eles tinham poder para mudar a estrutura da sociedade, que eles tinham poder para se rebelar contra os nobres e reivindicar seus direitos.

Séculos se passaram e o povo continua sem compreender o poder que tem. O povo unido e organizado tem poder para impor sua vontade, fazer-se ouvir e respeitar, depor governantes, alterar a estrutura do poder, fazer a revolução. O povo precisa entender isso.

Olinda é uma cidade de origem nobre. Nasceu capital de Pernambuco. Foi, por muitos anos, a cidade mais importante do Nordeste, e mesmo do Brasil. Mesmo perdendo essa importância, continua tendo potencial para ser grande. Olinda é uma cidade que tem uma posição geográfica privilegiada, uma natureza belíssima, uma imensa riqueza histórica e um povo que tem capacidade para grandes realizações. Olinda pode crescer muito. Mas não cresce.

Desde os anos 1990, com os prefeitos Germano Coelho e Jacilda Urquiza, Olinda tem sido negligenciada. Os bairros, principalmente os mais distantes do centro turístico, foram ficando pobres, feios, esquecidos. A cultura, o empreendedorismo, a produtividade praticamente não existiam. O ano 2000 trouxe esperança aos corações olindenses quando uma candidata de esquerda, Luciana Santos, venceu a eleição municipal. Mas o seu partido, o PCdoB, já está no poder há quase 15 anos na cidade e fez muito pouco pela cidade. O atual prefeito, Renildo Calheiros, pode ser considerado um dos piores de nossa história. Não houve investimento em escolas, os postos de saúde estão em condições precárias, não temos uma maternidade na cidade, as ruas e avenidas estão em péssimas condições. E a prefeitura está inchada com cargos comissionados, que servem de moeda de troca para manter o partido no poder.

E o povo não percebe que pode mudar essa realidade. Não percebe que pode acabar com a farra dos políticos na cidade. O povo pode, em 2016, fazer uma verdadeira faxina na câmara dos vereadores, recusar-se a reeleger os parlamentares atuais, renovar a câmara e cobrar uma atitude de comprometimento para com a cidade. O povo pode dizer não aos partidos que sempre governaram a cidade. Pode dizer não ao PCdoB, ao PSB, ao PMDB, ao PT, ao PSDB e eleger uma cara nova para governar a cidade. E depois fiscalizar implacavelmente. Ir às ruas, ocupar a prefeitura, a câmara, para exigir seus direitos, exigir que o prefeito governe para o povo, que a câmara legisle para o povo.

O povo tem poder para reconstruir a cidade. Para reconstruir a história de uma cidade que é monumento e que merece todo respeito. Está nas mãos do povo olindense fazer a mudança.