segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O despertar da consciência do poder popular

Costuma-se amarrar a pata de um elefante ainda filhote a uma estaca fincada no chão e, mesmo depois que ele cresce e tem força para arrancar estaca com um mínimo esforço, ele continua acreditando que não pode se libertar e permanece preso.

O povo muitas vezes age da mesma maneira. No decorrer da História, líderes e pequenos grupos impuseram sua vontade às massas simplesmente fazendo-os acreditar que não podiam se insurgir. Desde a Antiguidade, reis fizeram os povos crerem que eram autorizados pelos deuses para governar, sendo seus representantes legítimos. Ao longo da Idade Média, um punhado de nobres eram sustentados pelo povo e viviam no luxo e na indolência. E o povo aceitava essa ordem de coisas, acreditando não ter poder para mudar algo que eles acreditavam ser a vontade de Deus.

A Revolução Francesa só se tornou possível quando a burguesia esclarecida mostrou à massa oprimida do Terceiro Estado que eles tinham poder para mudar a estrutura da sociedade, que eles tinham poder para se rebelar contra os nobres e reivindicar seus direitos.

Séculos se passaram e o povo continua sem compreender o poder que tem. O povo unido e organizado tem poder para impor sua vontade, fazer-se ouvir e respeitar, depor governantes, alterar a estrutura do poder, fazer a revolução. O povo precisa entender isso.

Olinda é uma cidade de origem nobre. Nasceu capital de Pernambuco. Foi, por muitos anos, a cidade mais importante do Nordeste, e mesmo do Brasil. Mesmo perdendo essa importância, continua tendo potencial para ser grande. Olinda é uma cidade que tem uma posição geográfica privilegiada, uma natureza belíssima, uma imensa riqueza histórica e um povo que tem capacidade para grandes realizações. Olinda pode crescer muito. Mas não cresce.

Desde os anos 1990, com os prefeitos Germano Coelho e Jacilda Urquiza, Olinda tem sido negligenciada. Os bairros, principalmente os mais distantes do centro turístico, foram ficando pobres, feios, esquecidos. A cultura, o empreendedorismo, a produtividade praticamente não existiam. O ano 2000 trouxe esperança aos corações olindenses quando uma candidata de esquerda, Luciana Santos, venceu a eleição municipal. Mas o seu partido, o PCdoB, já está no poder há quase 15 anos na cidade e fez muito pouco pela cidade. O atual prefeito, Renildo Calheiros, pode ser considerado um dos piores de nossa história. Não houve investimento em escolas, os postos de saúde estão em condições precárias, não temos uma maternidade na cidade, as ruas e avenidas estão em péssimas condições. E a prefeitura está inchada com cargos comissionados, que servem de moeda de troca para manter o partido no poder.

E o povo não percebe que pode mudar essa realidade. Não percebe que pode acabar com a farra dos políticos na cidade. O povo pode, em 2016, fazer uma verdadeira faxina na câmara dos vereadores, recusar-se a reeleger os parlamentares atuais, renovar a câmara e cobrar uma atitude de comprometimento para com a cidade. O povo pode dizer não aos partidos que sempre governaram a cidade. Pode dizer não ao PCdoB, ao PSB, ao PMDB, ao PT, ao PSDB e eleger uma cara nova para governar a cidade. E depois fiscalizar implacavelmente. Ir às ruas, ocupar a prefeitura, a câmara, para exigir seus direitos, exigir que o prefeito governe para o povo, que a câmara legisle para o povo.

O povo tem poder para reconstruir a cidade. Para reconstruir a história de uma cidade que é monumento e que merece todo respeito. Está nas mãos do povo olindense fazer a mudança.

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