A homofobia mata. Mas tem cura. Colocar-se no lugar do outro pode ser um caminho. |
Conversei esta semana com um rapaz de 20 anos, aluno de uma escola do bairro de Rio Doce, em Olinda, que disse ter sido vítima de crime de homofobia na própria escola. Não vou revelar a identidade do rapaz. Ao chegar na escola, após ter passado por vários problemas no percurso, um colega começou a provocá-lo, com frases que eu prefiro não reproduzir aqui pelo nível de vulgaridade, a ponto de tirar o rapaz do sério. Os dois foram às vias de fato. O rapaz queria orientação quanto ao que deveria fazer, a quem recorrer a fim de denunciar o crime do qual foi vítima. Fiquei bastante comovido com o relato. Jovem, homossexual, indignado por não suportar mais o preconceito, o ódio do qual é vítima unicamente por causa de sua orientação sexual, estava simplesmente desesperado. Tento me colocar na pele de pessoas como esse menino. Conheço tantos rapazes e moças homossexuais, pessoas de um coração bom, pessoas inteligentes, bondosas e principalmente bem humoradas. Dói meu coração de pensar no desespero dessas pessoas, que gritam, apelam à sociedade que apenas os deixe em paz, que os aceite, que os reconheça como seres humanos. Que os permita ser quem eles são, ser o que são. Que os permita existir. Há muitos que dizem aceitar os homossexuais, mas com a condição de que se mantenham escondidos da sociedade, que disfarcem sua homossexualidade, que não se manifestem, que não se mostrem, que se conformem aos moldes que a sociedade impõe. Isso não é tolerância. Isso continua sendo uma enorme violência.